O Pelourinho de Santa Cruz de Riba Tâmega, muito provavelmente, remonta à época em que os Paços do Concelho foram edificados, isto é, aos inícios do séc. XVII. Recorde-se que uma antiga inscrição no patim da escadaria do edifício referia que esta obra se fez no ano de 1607 sendo juiz Luís Simão Fernandes.
Quando o concelho foi extinto (24/10/1855), em sinal de protesto, a população desmantelou o Pelourinho e arrancou o brasão com as armas dos Castelos Brancos (os senhores do concelho), que estava colocado por cima da porta do referido edifício, sendo as pedras escondidas na casa da Quintã. No terreiro desta casa ainda permanece o dito brasão.
Por iniciativa do Eng. Pedro Alvellos, que foi presidente da Comissão de Turismo da Serra do Marão e vereador da Câmara Municipal de Amarante, o Pelourinho, que é considerado imóvel de interesse público pelo Decreto nº 23122, de 11/10/1933, foi recuperado na década de 50 do século passado. Do original restavam apenas a base, a coluna e parte do colunelo do meio, que servia de pé a uma mesa.
Na sua forma actual, o Pelourinho, todo em granito, é composto por:
Plataforma de três degraus quadrados;
Base, de degrau quadrado, com bordos superiores chanfrados;
Coluna cilíndrica, lisa, tendo no topo um pequeno anel saliente;
Remate por ábaco quadrangular, de forte espessura, tendo quatro elementos cantonais, constituídos por base prismática quadrangular, com remate piramidal. Ao centro emerge volumoso tronco de pirâmide quadrangular, apoiada em base prismática de pequena dimensão.
António J. Queirós
Bibliografia:
E. B. de Ataíde Malafaia, Pelourinhos Portugueses Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa, INCM, 1997.
Francisco Xavier da Serra Craesbeeck, Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho no ano de 1726, 2 vols., Ponte de Lima, Edições Carvalhos de Basto, 1992.
Um Projecto de Futuro
Na convicção de que a criação do concelho de Vila Meã vai ao encontro das mais legítimas e fundas aspirações das populações de Ataíde, Banho e Carvalhosa, Castelões, Mancelos, Oliveira, Real, S. Mamede de Recesinhos e Travanca, no final de 1998 um grupo de cidadãos destas freguesias fundou a Associação Cívica para a Criação do Concelho de Vila Meã. A escritura pública foi formalizada no Cine-Teatro Raimundo Magalhães no dia 18 de Dezembro desse ano.
Uma tarefa se impunha desde logo: a elaboração de um projecto para posterior apresentação às forças políticas com representação parlamentar. A tarefa foi cumprida rapidamente: o referido projecto foi dado a conhecer numa sessão realizada no dia 19 de Junho de 1999 novamente no Cine-Teatro Raimundo Magalhães, sede histórica desta Associação e indiscutível Centro Cívico da nossa terra.
A partir de então, houve várias reuniões com os representantes dos partidos políticos, nomeadamente em Lisboa, na Assembleia da República. De uma forma geral, todos têm demonstrado grande compreensão para com as nossas pretensões; foi, porém, o CDS/PP que desde logo se disponibilizou para apresentar oficialmente o projecto de criação do concelho de Vila Meã. Esse acto já ocorreu por três vezes: em 2001 (Projecto de Lei n.º 432/VIII); em 2004 (Projecto de Lei n.º 413/IX) e em 2006 (Projecto de Lei n.º 210/X).
Não é por capricho ou destemperada ambição que se pretende a criação do concelho de Vila Meã. Pelo seu passado, pelo seu presente e sobretudo pelo futuro que aqui queremos construir, esta terra justifica-o plenamente. Foi sede de um grande concelho (o sexto maior do distrito do Porto); chamava-se então Santa Cruz de Riba Tâmega. Chegou a ter 23 freguesias. Foi extinto em 24 de Outubro de 1855. Não pretendemos a sua restauração. O que queremos construir tem apenas 8 dessas 23 freguesias (5 de Amarante, 2 de Penafiel e 1 do Marco de Canaveses). O impacto nestes concelhos não será significativo; em contrapartida, para Vila Meã, a criação do município abrirá perspectivas de crescimento e desenvolvimento que nos estarão vedadas se a actual situação se mantiver.
O que a Associação Cívica para a Criação do Concelho de Vila Meã pretende, em suma, é levantar as ruínas da nossa memória colectiva, construir o novo edifício municipal, símbolo de uma autonomia recuperada e de um futuro mais próspero para todos quantos aqui vivem.
António J. Queirós
Leia aqui o Projecto de Lei 210 / X / 1 : Criação do concelho de Vila Meã
GRUPO FOLCLÓRICO DE SANTA CRUZ -VILA MEÃ
HISTORIAL
O Grupo Folclórico de Santa Cruz - Vila Meã, foi fundado em 19 de Novembro de 1977, apresentando-se pela primeira vez em público em 30 de Abril de1978. Pretendeu-se, com esta iniciativa, perpetuar a cultura da região de Vila Meã através das danças e cantares, dos usos e dos costumes do que foi o concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega que aqui tinha a sua sede.
Santa Cruz de Riba-Tâmega (hoje Vila Meã) era um concelho próspero extinto, por razões políticas, em 1855, que, no momento da sua extinção, ocupava o sexto lugar na classificação económica do distrito do Porto.
- Terra dos pintores Amadeo de Souza Cardozo e Acácio Lino;
- Onde António Nobre passou grande parte da sua curta vida e onde veio a escrever, na sua Casa do Seixo, uma significativa parte do "Só";
- Onde nasceu Agustina Bessa Luís, mesmo junto ao Pelourinho;
e, ainda, onde o Zé do Telhado, famoso salteador do século XIX, reunia o seu quartel-general: esta terra não podia esbanjar um enorme leque de testemunhos culturais, bem patentes nas terras que fizeram parte do concelho.
Salvaguardando o respeito devido ao folclore, o fundador seguiu o caminho do rigor e da seriedade na recolha dos testemunhos em que havia de assentar os pilares do seu grupo, após o que escolheu o nome de modo a caracterizar a região que se pretendia representar.
O Grupo Folclórico de Santa Cruz - Vila Meã é filiado na Federação do Folclore Português. Para além de percorrer o país de norte a sul em festivais, festas e romarias, destacam-se as actuações em Alcoutim, Castro Marim, Portimão, Lagos e Praia da Rocha num Festival Nacional do Algarve transmitido pela RTP. Além fronteiras, teve actuações de mérito nos festivais das festas de Vila Marin, Celta de Vigo e Internacional da FITUR, em Madrid. Em França, fez várias actuações para os emigrantes portugueses: - em 1984 actuou em Pau, Mérignac, Orthez; - em 1985, em Bordéus e La Rochelle; - em 1986, no Festival de Chateauneuf; - e, em 2006, nas Festas de S. João, em Orleans. Na Alemanha, representou o folclore do concelho de Amarante, na geminação com esta cidade e a de Wiesloch, em Setembro de 2004. Anualmente, organiza o seu próprio festival, invariavelmente desde a sua fundação.
Trajes e Tradições do Folclore em Vila Meã
Torcato Bessa
O Brasão de Vila Meã
Entre os vários elementos passíveis de figurar na heráldica de Vila Meã, há três particularmente significativos: o rio, simbolizando o Rio Odres, que atravessa a vila, a cruz, pelo facto de Vila Meã ter sido durante séculos sede do concelho de Santa Cruz de Riba-Tâmega e ser conhecida e designada por Santa Cruz de Vila Meã durante a 2.ª metade do século XIX e primeiras décadas do século XX (isto é, num longo período que se seguiu à extinção do concelho) e, finalmente, o leão, símbolo principal do brasão da família Castelo Branco, que durante várias gerações teve a tutela do concelho. Este último símbolo enraizou-se de tal modo no imaginário Vilameanense que passou a fazer parte dos emblemas de algumas das mais representativas colectividades e instituições da vila, tais como o Atlético Clube de Vila Meã, Clube de Caça e Pesca de Vila Meã e Associação de Beneficência de Vila Meã.
Daí, pretender-se que os símbolos heráldicos de Vila Meã sejam os seguintes:
Armas De azul, com banda ondeada a prata, acompanhada de cruz latina de ouro e de leão rompante de ouro, armado e lampassado de vermelho. Coroa mural de quatro torres de prata. Listel branco com os dizeres a negro VILA MEÃ.
Bandeira Esquartelada de branco e amarelo, cordões e borlas de prata e ouro, haste e lança de ouro.
Como Vila Meã não é uma autarquia (freguesia ou concelho), o processo tem de chegar à Associação dos Arqueólogos Portugueses (entidade a quem compete pronunciar-se sobre as propostas de símbolos heráldicos) através da C. M. de Amarante ou das três Juntas de Freguesia da vila: Ataíde, Oliveira e Real. Espera-se que se conjuguem esforços e vontades para que a Vila Meã sejam oficialmente atribuídos os símbolos a que por lei tem direito.
António J. Queirós
Leia aqui o Projecto de Lei 210 / X / 1: Criação do concelho de Vila Meã
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link aqui ao Externato: http://www.externatovilamea.com/
Memorando
A Associação de Beneficência de Vila Meã é uma instituição de solidariedade social fundada em Janeiro de 1953 por António Pinto Marques, com o objectivo de promover, social e culturalmente as populações da área de Vila Meã. Graças á generosa compartição efectuada por elementos da família de Raimundo Pereira Magalhães, economicamente poderosa, radicada no Brasil, mas com origens e ligações a Vila Meã, foi possível edificar, para além de um conjunto de trinta habitações sociais, (Bairro Brasil) um magnifico edifício destinado a centro de convívio e lazer, (Cine Teatro Raimundo Magalhães) único na época, onde se instalou uma casa de espectáculos para cinema e teatro, um magnifico salão de festas e, ainda, um centro de convívio social. Havia, ainda antes desta edificação, um forte movimento de carácter cultural tendo sido criado um grupo cénico o qual levou à cena algumas peças de teatro de revista, originais, e também a exibição de filmes, tudo isto em instalações improvisadas em armazéns e garagens. Com a edificação do cine teatro, passou a instituição a promover ai as suas actividades de teatro e cinema, assim como a realizar festas com vista à angariação de fundos para sustentar a componente de solidariedade social que muito pesou no espírito da fundação desta instituição.
Ao longo de todos estes anos tem sido relevante o papel desempenhado por esta instituição em prol do desenvolvimento das populações da sua área de intervenção, como se descreve:
- Habitação social. Promoção da habitação social graças à edificação de um bairro de trinta habitações Bairro Brasil destinado a famílias de fracos recursos financeiros.
- Exibição de cinema, criação do grupo de teatro próprio levando a efeito a realização de diversas festividades no Cine Teatro Raimundo Magalhães.
- Criação de uma escola de música onde se ministra o ensino da música por professores devidamente licenciados isentando-se de qualquer propina os alunos de mais fracos recursos.
- Concessão de bolsas de estudos a estudantes oriundos de família mais necessitadas.
- Concessão de género alimentares a famílias carecidas ou surpreendidas por infortúnios ocasionais.
- Distribuição, pelo Natal e Páscoa, de géneros alimentares e vestuário pelas famílias mais necessitadas da sua área de intervenção.
-Apoio na doença, através da concessão directa de medicamentos ou alimentos específicos, para casos de manifesta necessidade.
-Apoio no pagamento de renda de habitação em casos onde, ocasionalmente, o rendimento do agregado familiar sofreu redução por motivos imprevistos. ~
-Colaboração com todas as instituições da área, nomeadamente através da cedência das instituições do Cine Teatro, sempre gratuito, para que essas instituições ai promovam as suas actividades de índole sócio cultural.
-Participação activa no Programa Escolhas - criando nas suas instalações um Espaço Informático com acesso gratuito à Internet - dando formação nesta área de forma contínua e gratuita a toda a população
- estabelecendo Protocolos com os agrupamentos de escolas para uso desse espaço, com Formador contratado pela Associação
- colocando ao dispor das escolas espaço para apoio a alunos na sua recuperação académica e ocupação de tempos livres, criando e comparticipando na escola de Karaté para os mais jovens
Muito mais faremos com a participação de todos.
Daqui resulta, obviamente, o interesse desta instituição para a comunidade onde se encontra inserida. Inscreva-se como Associado Participe na realização destes objectivos Compareça às nossas iniciativas
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( link aqui para AEVM) http://aevilamea.com.sapo.pt/
àqueles que por artes valorosas se vão da lei da morte libertando
Não me parece exagero evocar Camões para abordar a façanha mais recente do nosso Atlético que nos levou a todos a um nível de entusiasmo, honra e orgulho colectivo como não sentia qualquer vilameanense há bastantes anos a esta parte. Continua a ser discutível o papel do futebol na sociedade actual.
A recente epopeia do nosso clube provou-nos que, muito para além de todos os seus defeitos e exageros, o futebol sempre será um elemento aglutinador de ideais, sentimentos colectivos, propósitos e vontades, tanto mais identificados com uma sociedade, quanto menor for o seu âmbito de representação.
A prestação do AC Vila Meã na Taça de Portugal foi, ao longo de todas as eliminatórias, uma incessante busca de identidade local e regional por parte de todos quantos, de uma forma ou outra, acompanharam ao vivo, pela rádio, ou por outra forma de comunicação o evoluir dos resultados sempre que nos encontrávamos em prova. Eliminatória após eliminatória, vibrantemente sentíamos cada ultrapassagem como a subida de mais um patamar na longa escada que nos leva ao ponto mais alto da identidade colectiva onde um só nome predominaria e um só nome desejávamos inscrito, sendo esse o nome de Vila Meã. Assim o fizemos ao longo de seis difíceis etapas onde o desafio sempre foi elevar bem no alto o nome deste clube que também é o nome desta nossa terra.
A recente deslocação à Madeira representa para todos nós um clímax de exaltação colectiva. Atenda-se ao entusiasmo gerado à volta dessa deslocação; relembre-se constantemente o relevo dado a Vila Meã em todos os órgãos de comunicação social como jamais acontecera; atente-se no interesse demonstrado pelos nossos adversários sobre a realidade da comunidade vilameanense; saliente-se a projecção local, regional e nacional deste feito!
Se o resultado desportivo não pôde corresponder à nossa firme vontade, tal facto em nada esmoreceu a grandiosidade do feito social. O Atlético honrou-nos a todos: a quem o acompanhou em corpo, na Madeira; quem o viu em directo na televisão; quem ansiosamente aguardou o resultado final; todos quanto, em espírito, comungaram dessa emoçaõ.
Mas foi mais longe o mérito do nosso Vila: honrou, dignificou e elevou a memória de todos quantos ousaram, por todas as formas, contra todas as dificuldades, tornar maior o nome de Vila Meã.
Mérito aos intérpretes: directores, jogadores, técnicos e colaboradores.
Louvor aos associados, simpatizantes e amigos.
Honra ao Atlético!
Raimundo Carvalho
Presidente Ass.Geral do Atlético
ASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA DE VILA MEÃ
INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE SOLIDARIEDADE SOCIAL
INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA FUNDADA EM 3 DE JANEIRO DE 1953
RUA RAIMUNDO MAGALHÃES 4605-383 VILA MEÃ
Memorando
A ASSOCIAÇÃO DE BENEFICÊNCIA DE VILA MEÃ É UMA INSTITUIÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL FUNDADA EM JANEIRO DE 1953 POR ANTÒNIO PINTO MARQUES, COM O OBJECTIVO DE PROMOVER , SOCIAL E CULTURALMENTE AS POPULAÇÕES DA ÀREA DE VILA MEÃ.
GRAÇAS À GENEROSA COMPARTICIPAÇÃO EFECTUADA POR ELEMENTOS DA FAMÍLIA DE RAIMUNDO PEREIRA MAGALHÂES, ECONÓMICAMENTE PODEROSA, RADICADA NO BRASIL, MAS COM ORIGENS E LIGAÇÕES A VILA MEÃ, FOI POSSÍVEL EDIFICAR, PARA ALÉM DE UM CONJUNTO DE TRINTA HABITAÇÕES SOCIAIS,( BAIRRO BRASIL ) UM MAGNÍFICO EDIFÍCIO DESTINADO A CENTRO DE CONVÍVIO E LAZER,( CINE TEATRO RAIMUNDO MAGALHÃES ) ÚNICO NA ÉPOCA, ONDE SE INSTALOU UMA CASA DE ESPECTÁCULOS PARA CINEMA E TEATRO, UM MAGNÍFICO SALÃO DE FESTAS E, AINDA, UM CENTRO DE CONVÍVIO SOCIAL. HAVIA, AINDA ANTES DESTA EDIFICAÇÃO, UM FORTE MOVIMENTO DE CARACTER CULTURAL TENDO SIDO CRIADO UM GRUPO CÉNICO O QUAL LEVOU À CENA ALGUMAS PEÇAS DE TEATRO DE REVISTA, ORIGINAIS, E TAMBÉM A EXIBIÇÃO DE FILMES,TUDO ISTO EM INSTALAÇÕES IMPROVISADAS EM ARMAZÉNS E GARAGENS.
COM A EDIFICAÇÃO DO CINE TEATRO, PASSOU A INSTITUIÇÃO A PROMOVER AÍ AS SUAS ACTIVIDADES DE TEATRO E CINEMA, ASSIM COMO A REALIZAR FESTAS COM VISTA À ANGARIAÇÃO DE FUNDOS PARA SUSTENTAR A COMPONENTE DE SOLIDARIEDADE SOCIAL QUE MUITO PESOU NO ESPÍRITO DA FUNDAÇÃO DESTA INSTITUIÇÃO. AO LONGO DE TODOS ESTES ANOS TEM SIDO RELEVANTE O PAPEL DESEMPENHADO POR ESTA INSTITUIÇÃO EM PROL DO DESENVOLVIMENTO DAS POPULAÇÕES DA SUA ÀREA DE INTERVENÇÃO,COMO SE DESCREVE:
-HABITAÇÃO SOCIAL PROMOÇÃO DA HABITAÇÃO SOCIAL GRAÇAS À EDIFICAÇÃO DE UM BAIRRO DE TRINTA HABITAÇÕES - BAIRRO BRASIL - DESTINADO A FAMÍLIAS DE FRACOS RECURSOS FINANCEIROS.
-EXIBIÇÃO DE CINEMA, CRIAÇÃO DO GRUPO DE TEATRO PRÓPRIO LEVANDO A EFEITO A REALIZAÇÃO DE DIVERSAS FESTIVIDADES NO CINE TEATRO RAIMUNDO MAGALHÃES.
-CRIAÇÃO DE UMA ESCOLA DE MÚSICA ONDE SE MINISTRA O ENSINO DA MÚSICA POR PROFESSORES DEVIDAMENTE LICENCIADOS ISENTANDO~SE DE QUALQUER PROPINA OS ALUNOS DE MAIS FRACOS RECURSOS.
-CONCESSÃO DE BOLSAS DE ESTUDO A ESTUDANTES ORIUNDOS DE FAMÍLIAS MAIS NECESSITADAS.
-CONCESSÃO DE GÉNEROS ALIMENTARES A FAMÍLIAS CARECIDAS OU SURPREENDI- DAS POR INFORTÚNIOS OCASIONAIS. DISTRIBUIÇÃO, PELO NATAL E PÁSCOA, DE GÉNEROS ALIMENTARES E VESTUÁRIO PELAS FAMÍLIAS MAIS NECESSITADAS DA SUA ÀREA DE INTERVENÇÃO.
-APOIO NA DOENÇA , ATRAVÉS DA CONCESSÃO DIRECTA DE MEDICAMENTOS OU ALIMENTOS ESPECÍFICOS,PARA CASOS DE MANIFESTA NECESSIDADE.
-APOIO NO PAGAMENTO DE RENDA DE HABITAÇÃO EM CASOS ONDE, OCASIONALMENTE, O RENDIMENTO DO AGREGADO FAMILIAR SOFREU REDUÇÃO POR MOTIVOS IMPREVISTOS.
-COLABORAÇÃO COM TODAS AS INSTITUIÇÕES DA ÀREA, NOMEADAMENTE ATRAVÉS DA FACULTAÇÃO DO USO DAS INSTALAÇÕES DO CINE TEATRO, SEMPRE GRATUITO, PARA QUE ESSAS INSTITUIÇÕES AÍ PROMOVAM AS SUAS ACTIVIDADES DE ÍNDOLE SÓCIO - CULTURAL.
MUITO MAIS FAREMOS COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS.
DAQUI RESULTA, ÓBVIAMENTE , O INTERESSE DESTA INSTITUIÇÃO PARA A COMUNIDADE ONDE SE ENCONTRA INSERIDA .
Inscreva-se como Associado
Participe na realização destes objectivos
Compareça às nossas inicitivas
A Direcção
Cine Teatro Raimundo Magalhães
Vila Meã
Memorando justificativo de seu Restauro
Corria o ano de 1950 e já era intensa em Vila Meã a vontade de organizar eventos de índole sócio-cultural que pudessem alegrar o espírito da época, decerto bem marcado pela monotonia de uma vida de muito trabalho sem qualquer contrapartida de lazer ou entretenimento, tal era a escassez quer de recursos financeiros, quer a falta de espaços onde essas actividades pudessem ser desenvolvidas. Inconformados com a sua já longa tradição de espaço satélite dentro da área municipal, afastados, portanto, dos centros de decisão e daí esquecidos em várias matérias de investimentos públicos, alguns vilameanenses organizaram-se no sentido de, pela via associativa, unirem esforços no sentido de dotarem Vila Meã de actividades onde a tarde de futebol de Domingo não fosse a única alternativa. Pela mão e, sobretudo, pelo espírito de António Pinto Marques e Esposa, Padre Abel e professor Ribeiro Soares, nasce a Associação de Beneficência de Vila Meã, instituição cujo objectivo fundamental era o de dotar Vila Meã de algumas estruturas de carácter social e cultural, nomeadamente um Grupo de Teatro, os Bombeiros de Vila Meã, e habitações sociais para os mais necessitados, de entre outras. Trabalhou depressa e bem essa Comissão: -Organizou-se um grupo de Teatro de Revista o qual começou a fazer as suas actuações em locais improvisados como a "Garagem do Taveira". Deu brado esse grupo de Teatro! -Elaborou-se um projecto de Estatutos e para o Quartel da futura Associação de Bombeiros, bem como o projecto para um quartel da GNR ( documentos ainda em arquivo ). -Adquiriu-se terreno para um bairro social. António Pinto Marques não deixa cair na sonolência o objectivo inicial. Ainda em 1950 partira para o Brasil em busca de apoio financeiro junto da família de Raimundo Pereira Magalhães, ilustre vilameanense, que entretanto falecera. Os filhos deste, bem como a grande maioria dos accionistas das empresas da família Magalhães contribuem generosamente e de tal modo que, sendo o objectivo inicial da viagem a angariação de fundos para a construção de um bairro social, a verba dobrou e tornou possível a concretização do velho sonho de se edificar um Centro de Convívio e Lazer que aí está: CENTRO CÍVICO E CINE TEATRO RAIMUNDO MAGALHÃES. Iniciada a sua construção em 1954, a obra andou célere. Em 1 de Agosto de 1957, na presença do então Ministro das obras Públicas Engº Arantes de Oliveira, dos fundadores, da família de Raimundo Magalhães representada por quatro de seus filhos vindos do Brasil expressamente para o efeito, autoridades civis e militares da época, procede-se à inauguração desse moderno e belo edifício, de arquitectura peculiar do Estado Novo, desenhado pelo Arquitecto Arala Chaves, especialista na época em edifícios de cine teatro. Não mais parou a actividade nesse magnífico centro. Desenvolveu-se a actividade teatral com a criação de um grupo cénico o qual levou à cena diversas peças de revista, sempre inéditas, saídas da imaginação de Carlos Babo com as deixas adequadas à realidade de Vila Meã na época. Foi intensa a participação de famílias inteiras nestes momentos lúdicos. Cada ensaio era uma festa (estávamos nos anos 50) ! Para os jóvens de então, participar no teatro representava a rara oportunidade de passar por momentos de convívio, diversão, namorico,e muita, mas muita, alegria e franca camaradagem. Veio o cinema. Maravilhosa arte em franco desenvolvimento, puderam os vilameanenses assistir à exibição das melhores fitas até então só acessíveis aos mais afortunados com possibilidades para se deslocarem às casas de cinema dos maiores centros , hoje tão perto, mas na época tão distantes. E os grandes bailes? Retumbantes, programadas ao pormenor, cativando a presença de jóvens e menos jóvens, verdadeiros pólos de encontro de amigos, pais e filhos sempre entusiasmados no convívio proporcionados por estas festas, as quais atraíam a Vila Meã famílias inteiras de vários concelhos vizinhos. Mas havia, também, os pequenos bailaricos. Semanalmente, em grupos mais restritos mas certinhos, eles aí estavam a alegrar os finais de tarde de Domingo. Quem por eles passou, estou certo, jamais os esquecerá. Nâo poderia esquecer as tertúlias vividas quer no bar quer no salão de festas. Quem, dessa época, esqueceu aquele grupo de meninos que nos anos sessenta se convenceu que iria conseguir formar um "conjunto musical" (" Os Quatro a Tenir") e alcançar maior projecção que os Beatles? Bem treinaram!...... Toda Vila Meã se apercebeu da valia deste edifício. A sociedade sabia ( e continua a saber), que pode contar com este nosso espaço para a prossecução de fins meritórios. Sabe também, e isto é importante realçar-se, que nada se cobra em contrapartida. Bodas de casamentos ou outras, de ricos ou pobres contou sempre com o apoio das instalações do Centro Cívico. As instituições da área usufruem do espaço para aí desenvolveram as suas acções: -O Atlético Club de Vila Meã passa, por três décadas consecutivas , a utilizá-las como se fossem suas: Desde a cedência de gabinetes para secretariarem o Club, uso do salão de cinema para as reuniões alargadas, uso do salão de festas para almoços de angariação de fundos e lanches aos jogadores, esta casa foi sempre sua. -A Casa do Povo de Vila Meã aí teve a sua primeira sede! Gabinete de Secretaria e consultório clínico foi posto à disposição de toda a população. Não fosse esta disponibilidade e a Casa do Povo não teria sido constituida. -A Junta de Freguesia de Real instalou-se aí, desde 1976 e até 1996. -A Delegação da Repartição de Finanças foi acolhida, enquanto durou, nas instalações do Centro Cívico, já que uma das condições impostas pela Direcção Geral das Contribuições e Impostos era a de não haver encargos de instalações para poder ser criada essa Delegação. -Os Grupos Folclóricos de Vila Meã usam-na. Aí realizaram suas actuações, aí realizam seus convívios. -Os Bombeiros de Vila Meã são fundados por escritura aí lavrada. Recorrem, e são atendidos, aos préstimos deste edifício sempre que o julgam necessário. -O Externato de Vila Meã sabe ver no Cine Teatro um complemento de instalações sempre disponíveis e usa-as. -As associações juvenis usam intensamente as instalações: -Desde a saudosa ASCER ( primeira instituição em Vila Meã a dotar-se de Biblioteca ao dispor da população, fundada em 1970 por jóvens um pouquito inconformados com o marasmo cultural vivido em Vila Meã), passando pelos Grupos de Jóvens das freguesias de Real, Ataíde e Mancelos, os Escuteiros de Real e Ataíde, os Grupos Paroquiais e Comissões de Fábrica das freguesias da área. -O Club de Caça e Pesca dispõe das instalações sempre que necessita. O Centro Columbófilo de Vila Meã usou-as, anos a fio, semanalmente. -As emissoras de Amarante aí tem realizado algumas das suas festas de convívio. - De imediato se cederam as instalações ao Grupo de Amigos do Hospital de Amarante em festas de angariação de fundos. -Os Partidos Políticos requisitam e usam, idescriminadamente as instalações. -A Câmara Municipal de Amarante tem no Cine Teatro de Vila Meã um parceiro sempre incondicionalmente disponível; sabe a Câmara apenas necessitar reservar data. Do exposto se conclui do mérito de tal instituição e de suas instalações. Poder-se-à afirmar que a Associação de Beneficência de Vila Meã vive voltada para a sociedade. Não descrimina; não repara a quem bem faz; não a tolhe complexos de natureza social; não hesita por questões de bairrismos locais ou municipais; não se inibe por questões de natureza política: recebe com a mesma fidalguia quem exerce o poder ou quem a ele se candidata. Já lá vão 45 anos sobre a inauguração do Cine Teatro. O uso intensivo das suas instalações provocaram, naturalmente, o seu desgaste. Belo pelo seu exterior, de arquitectura característica da época em que foi construído, verdadeiro exemplar da arquitectura do Estado Novo, o seu interior, construído à base de materiais degradáveis pelo uso, torna-o verdadeiramente obsoleto, inestético, desaconchegado, terrivelmente frio no Inverno e insuportavelmente quente no Verão; instalações eléctricas em colapso; telhado e sistema de caleiros completamente arruinados; cadeiras teimosamente iguais, duras, barulhentas e em avançado estado de decomposição permitem-nos classificar de "bravos" os que continuam a usar semanalmente as instalações. Em 1987, graças à alienação de património, foi possível dar um arranjo exterior ao edifício, recalcado que estava pelas múltiplas afixações de cartazes de propaganda política intempestivamente colocadas pelos partidos em geral, durante os primeiros anos de democracia. Só a partir de 1990 a instituição começou a receber da Câmara Municipal um simbólico apoio financeiro, como contrapartida pelo facultar das instalações às iniciativas que a Câmara aí passou a desenvolver com alguma regularidade. Em Novembro de 1996 foi publicado o Dec.Lei que instituía a concessão de incentivos a projectos de recuperação de recintos culturais. Com um prazo limite de apresentação de candidaturas até Fevereiro de 1997, curto como é costume, a instituição redobrou-se em esforços, elaborou o projecto de restauro, o processo de candidatura ficou completo e apresentado atempadamente no Ministério da Cultura. É belo esse projecto! Aguardou-se a decisão do Júri de selecção com aquela ânsia característica daquelas ocasiões em que sentimos que os sonhos de décadas se encontram depositados nas mãos de estranhos que estranham os nossos anseios. Chegou a decisão: maravilha!.... o nosso projecto, o nosso trabalho foi APROVADO, mas ( maldito "mas" ), "infelizmente..... por insuficiência de verbas que pudessem contemplar todas as candidaturas, não poderíamos ser comparticipados porque as mesmas teriam sido absorvidas pelos processos provenientes de capitais de distrito e sedes de concelho". Poderíamos requerer a reapreciação para o ano seguinte; assim fizemos em 1997,1998 e 1999. Foram muitos os desafios e as promessas para nos apoiarem nesta missão a que metemos obra. Desafios feitos em público, pelas entidades oficiais, para avançarmos com este projecto. Foi em Dezembro 1991; foi em Dezembro de1995, em Dezembro de 2000, Outubro de 2005... A esses desafios respondemos com pleno entusiasmo e empenho, realizando a totalidade da missão proposta com muita esperança e na convicção que aos desafios se seguiriam os apoios. Promessas de ajuda para a execução do projecto de arquitectura, promessas de apoio nos circuitos próprios onde se tomam estas decisões foram várias. Se, para a primeira promessa, a instituição foi obrigada , mais uma vez, a vender património para satisfazer os compromissos assumidos, já que a promessa falhou, para a segunda continuamos a esperar que a nossa insistente teimosia acabe por dar frutos e, ao menos, sensibilize aqueles em quem depositamos a esperança de nos apoiarem.
Estamos em Dezembro de 2005 !
A direcção